Colecção Outono – Inverno: 10 álbuns para acabares 2024
A música mais aguardada da estação.
Cada sector tem a sua agenda própria. No calendário, as primeiras folhas do outono caem a 22 de setembro. No ensino obrigatório, as aulas começam no intervalo de 12 a 16 de setembro. Na música, a época recomeça um pouco mais cedo. E se o verão já passou a ser época de banhos e festivais, o calendário editorial nunca chega a cessar, mas é a partir desta sexta-feira, dia 23, que se fazem as grandes apostas para os próximos meses.
Escolhemos 10 álbuns, podíamos triplicar a dezena. E ainda é só o começo.
Fontaines DC – Romance (23 de agosto)
Depois da recepção apoteótica em Paredes de Coura, Romance está pronto para ser aclamado como um dos álbuns do ano. O quarto episódio dos irlandeses promete prolongar a trajectória de evolução e crescimento de um grupo que cresceu a não se repetir.
Nick Cave & The Bad Seeds – Wild God (30 de agosto)
A dor insuportável da perda dos filhos continua a mover as montanhas de Nick Cave mas, ao contrário dos anteriores Ghosteen e Carnage, desta vez houve alegria em estúdio. Estará Wild God num estádio mais avançado de cicatrização? Estamos quase a saber.
A$AP Rocky – Don’t Be Dumb (30 de agosto)
Não sejamos parvos. Apesar da Liga dos Campeões do hip-hop estar a anos luz dos melhores anos, continua a ter audiências galácticas. Terá A$AP Rocky a potência de recuperar a arte perdida de ser grande e elevar a fasquia? O single Highjack, com Jessica Pratt, sugere que sim.
David Gilmour – Luck and Strange (6 de setembro)
O próprio diz tratar-se do seu melhor álbum desde os Pink Floyd. E para isso contratou o produtor dos Alt-J, Charlie Andrew, também ele um devoto dos Floyd para reformular e reanimar o livro de estilo de Gilmour. Para já, os singles denotam intenção de mudar e entusiasmo de viver.
Jamie XX – In Waves (20 de setembro)
Enquanto os XX reiniciam o sistema para entrar em estágio e gravar o primeiro álbum desde 2017, a agenda de cada um dos seus membros não pára. A 20 de setembro, o produtor e principal culpado pela transformação no som da banda dos dois primeiros para o terceiro I See You tem In Waves a possibilidade de mostrar a audiências vastas que não há nada de extraordinário em Fred Again. Há que saber distinguir os mestres dos seguidores e Jamie xx pertence ao restrito grupo dos primeiros.
Nubya Garcia – Odyssey (20 de setembro)
Nome fulcral do jazz moderno, Odyssey traz o selo da Concord Jazz e músicos de primeira água como Joe Armon-Jones (teclas), Daniel Casimir (baixo) e Sam Jones (bateria), enquanto a lista de convidados abarca Esperanza Spalding e Georgia Anne Muldrow. Nubya Garcia só precisa de manter o essencial: ser LIVRE.
Alan Sparhawk – White Roses, My God (27 de setembro)
O nome de Alan Sparhawk talvez diga pouco mas trata-se do sobrevivente dos Low, dupla formada com Mimi Parker, vítima de cancro nos ovários em 2022, e que nos últimos anos assinou os assombrosos Double Negative (2018) e Hey What (2021). A solo, Sparhawk disfarça a voz com o Autotune mas continua a soar humano como o desespero e a morte.
Finneas – For Cryin’ Out Loud (4 de outubro)
Ano de Billie Eilish é ano de Finneas. Foi assim em 2021 e volta a repetir-se em 2024. Meses depois de Hit Me Hard and Soft, o irmão, produtor e compositor Finneas fala directamente para o coração. For Cryin’ Out Loud é o apelo à emoção, à empatia e ao amor. Já se chamou emo, agora é a pop.
Coldplay – Moon Music (4 de outubro)
Por razões óbvias de mercado, os Coldplay fazem parte desta lista. Por estes dias, já não se espera que ofereçam concorrência a Taylor Swift, Billie Eilish ou Olivia Rodrigo, ou que se batam com o próximo grito da pop como Chappell Roan. O desafio é defender a relevância: dar canções à vida das pessoas. O primeiro single feelslikeimfallinginlove faz tudo pelos objetivos.
Phoenix RDC – ?
Pedro da Linha? Conan Osiris? O calendário editorial português chega ao final de agosto sem reforços à vista. O novo álbum de Phoenix RDC estava prometido para o início do ano. Não sabemos muito sobre ele a não ser que os singles explodem o mercúrio, sobretudo o clássico instantâneo Quando Me Chamam com Regula.
Os 10 álbuns para 2024 acabar em grande, uma seleção de Davide Pinheiro em nome da See Tickets Portugal!
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