Das ruas às ruas, o rap vai estar à solta em Lisboa

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Das ruas às ruas, o rap vai estar à solta em Lisboa

 

O bom velho rap de rua nunca desapareceu de circulação, e mesmo figuras essenciais da modernidade como Kendrick Lamar, transitaram dos bairros desfavorecidos de Compton, onde se mata o tempo no ringue a encestar e jogar aos verbos, mas o cansaço de linguagens como o trap e a captura do hip-hop pela indústria mudou as teorias sobre a evolução.

 

O que era clássico e em desuso viu restaurada a sua importância. O que era novo e fresco normalizou-se e vulgarizou-se. Setembro é um bom mês para compreendermos este vaivém entre a necessidade de voltar às bases para fazer o disco girar. Já esta quinta-feira, o histórico Talib Kweli – metade dos Black Star com Mos Def – dá um concerto no B.Leza. Os curiosos talvez conheçam o single Get By. Kweli é isso e tanto mais. Foi ele que, por exemplo, introduziu Kanye West na estreia a solo em álbum com Quality em 2002. Trabalhou com Neptunes, Just Blaze, Mary J. Blige, will.i.am, Terrace Martin, Kendrick Lamar e J. Cole, entre outros, e continua a disparar rimas como quem apanha uvas.

 

No dia 14, ainda em local a anunciar da capital, é a vez de um dos cabecilhas da Griselda (editora, movimento, estética revivalista do rap dos 90), daqueles que se senta à cabeceira na mesa da Black Soprano Family. Benny The Butcher é o nome e a ansiedade é latente depois da estreia de Conway The Machine em Portugal no ano passado. O ritmo editorial é compulsivo. Só em 2024, já são três discos: Everybody Can’t Go, Summertime Butch e Buffalo Butch, Vol. 1. É muita fruta.

 

Por fim, Earl Sweatshirt a 20 de setembro no Lisboa ao Vivo. Um dos rappers mais conceituados fora do rap, quer por ter sido apadrinhado por Tyler The Creator na Odd Future, quer pelo experimentalismo de que não abdica como evidencia, uma vez mais, o mais recente Voir Dire. Trata-se de alguém cuja lírica habita entre o real e o surreal sem limites sónicos para o delírio. Por vezes, lisérgico, quase sempre inesperado, Earl Sweatshirt tem um canto muito próprio na cultura. Pode não ser enorme na dimensão mas é gigante na autenticidade, tremendo nas convicçōes e enorme na devoção ao rap enquanto escola de vida.

 

Rap Lisboa:

Benny the Butcher, 14 de Setembro

Earl Sweatshirt, 20 de Setembro

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