O documentário histórico de The Game

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O documentário histórico de The Game

 

O formato documental costuma servir para sumarizar uma carreira, ou narrar um momento específico no tempo e no espaço. The Documentary, que esteve para se chamar Nigga Witta Attitude Vol. 1 (uma referência aos N.W.A.), não fosse a viúva de Eazy-E, Tomica Woods-Wright, ter interposto uma acção legal, pertence à segunda categoria. O álbum relata pelas próprias palavras a afirmação de The Game na cultura do rap desde a infância difícil entre gangues até à sobrevivência a um tiroteio em 2001, quando decidiu que ritmo e as palavras seriam a sua remissão.

 

Um dos depoimentos mais celebrados de um tempo de prosperidade na cultura não mais se apagou na memória e é revivido vinte anos depois. A 3 de março no LAV, em Lisboa, The Game mostra como (ainda) se faz. This Is How We Do, o momento-chave em que contracena com 50 Cent, podia ser o lema para uma noite que se imagina de grandes memórias, ou não estivesse The Documentary armado por singles como Westside Story, Hate It Or Love It, Higher, Dreams e Put You On The Game.

 

Impulsionado por Dr. Dre, responsável por ver em The Game o próximo 50 Cent, The Documentary foi um marco na época. Depois de lhe ter detectado capacidades muito acima da média na mixtape You Know What It Is Vol. 1, Dre colocou The Game sob a mentoria de 50 Cent e da editora G-Unit para moldar um som e uma identidade. A impressionante ficha de créditos com 50 Cent, Eminem, Mary J Blige, Faith Evans, Nate Dogg, Busta Rhymes, Tony Yayo e Marshall Ambrosius, além de Kanye West, Timbaland, Havoc, Just Blaze, Scott Storch e Cool & Dre na produção diz tudo sobre a causa e efeito do álbum.

 

Enquanto recuperava na cama do hospital de um tiroteio em que foi baleado cinco vezes após um assalto, o irmão levou-lhe algumas das bíblias do rap: Ready To Die de Notorious B.I.G., Reasonable Doubt de Jay-Z e Doggystyle de Snoop Dogg. The Game estudou-as como um aluno aplicado para, quatro anos mais tarde, poder conciliar o gangsta rap clássico da Costa Oeste com influências de outras latitudes do mapa americano. Além dos heróis citados, Tupac e Nas estão presentes em versos sobre a vida nas ruas, lealdade, rivalidades, luta pela sobrevivência e os perigos do elevador social do hip-hop.

 

Directo ao assunto, o rapper pretendia canções imediatas e sem demasiados rodeios para gerar uma base de ouvintes. A resposta foi instantânea. 586 mil unidades só na primeira semana nas lojas e o galardão de dupla platina pelo acumulado de vendas. Na primeira tentativa, The Game atingia o potencial máximo. Um clássico desta dimensão aos 25 anos é notável. Em 2025, estreia-se em Portugal para revivar um pedaço de história.

 

Bilhetes para The Game em Lisboa: https://www.seetickets.com/pt/event/versus-the-game-em-lisboa/lav-lisboa-ao-vivo/3284318?src=see_blog_thegame

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