O hip-hop português instala-se nos grandes palcos

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O hip-hop português instala-se nos grandes palcos

 

Há vinte anos, os Da Weasel foram o grande fenómeno da indústria com o Retratamento a coroar as platinas de Redefiniçōes. Em 2005, a doninha esgotou os coliseus de Lisboa e Porto. Foi um acontecimento, que Boss Ac quase repetiu na esteira do êxito transversal de Hip-Hop Sou eu e És Tu.

Embora se tratem de dois modelos híbridos, em que o hip-hop teve o poder de atrair outras linguagens, para a indústria foram exemplos marcantes de transformação aos quais o futuro só haveria de dar razão quase duas décadas depois, pelo menos quando se fala de salas. A novidade não é a chegada do hip-hop português aos maiores palcos, é a permanência. Nos últimos anos, as datas duplas de Slow J e Plutónio no MEO Arena; a vitória de Dillaz no Campo Pequeno e os coliseus de T-Rex, Bispo ou Regula mostraram uma mudança de paradigma. O hip-hop não era só dominante nas tabelas de streaming mas também gerador de entusiasmo.

 

Em 2026, a fila vai andar. A 27 de fevereiro, Mizzy Miles avança para o Campo Pequeno para apresentar Fim do Nada. O álbum está repleto de convidados famosos como Slow J, Nenny, Wet Bed Gang, G-Son, Julinho KSD, Ivandro, Profjam, Van Zee, Bispo, Agir, Teto, Zara G e Diogo Piçarra. Soam a profecia os versos de Slow J em Champions League: Tudo, tudo, tu-tudo o que eu tenho, eu sonhei/Primeiro olhei no espelho/Pintei o plano, alcancei com o tanto que eu dei/Contando no fim chegar, e cheguei. Benção, com Van Zee e Bispo, foi uma das mais ouvidas no Spotify em 2024.

 

Pouco mais de um mês, Holly Hood promete matar o beat no Coliseu dos Recreios. O concerto está marcado para 14 de março de 2026, e celebra uma década de carreira. O Dread Que Matou Golias encerra também a trilogia iniciada com esse álbum de 2016, continuada com Sangue Ruim e concluída pelo vindouro Opressionismo.

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