Rosalía Vila Tobella antes do Berghain

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Rosalía Vila Tobella antes do Berghain

 

Rosalía Vila Tobella é uma académica. Estudou para se preparar artisticamente para o choque. Tem uma licenciatura em Musicologia e um mestrado em Flamenco, ambos completados na Escola Superior de Música da Catalunha.

 

Antes, já mostrava ganas de ser alguém. O primeiro registo público conhecido pode ser visto no programa espanhol Tu Sí Que Vales, semelhante aos Ídolos, em 2008. Com apenas 15 anos, Rosalía mostrou credenciais e sobretudo ambição, apesar de não ter sido seleccionada.

 

Um vídeo de 2012 publicado pela própria, a cantar nas ruas do bairro de Raval, em Barcelona, enquanto recebe uma contribuição monetária, mostra a fibra da cantora. Estava disposta a lutar pela oportunidade e o momento certo chegaria. Até lá, ainda seria vocalista da banda Kejaleo, banda de fusão de flamenco com jazz, que editou o álbum “Alaire”, e actuou em festivais e salas. O interesse em técnicas vocais e cenográficas do flamenco, como os vestidos com padrões e o uso das palmas, começou a manifestar-se, assim como as referências ciganas. Por essa altura, já cantava em bares e casamentos.

 

Ao participar em “Antes de morirme” do então namorado C. Tangana, Rosalia mostrou versatilidade e jogo de cintura para se encaixar em modelos pop influenciados pelo r&b e dancehall. No vídeo da canção, a catalã expõe um estilo visual mais urbano, com brincos largos, cabelo apanhado e roupas justas. Já partilhava então versões de outros artistas no YouTube como “Thinkin Bout You”, de Frank Ocean, que tornou sua.

 

Antes da explosão de “El Mal Querer”, através da fusão entre flamenco e r&b de “Malamente”, Rosalia já tinha gravado um álbum. Em “Los Ángeles”, de 2017, interpreta clássicos de flamenco e canções folk, com algumas variações líricas e uma produção minimal modernista, e a morte como arco narrativo. Todo o álbum se centra na nitidez vocal e na guitarra do produtor Raül Refree. Todas as canções são de origem espanhola, à exceção de, “I See A Darkness”, uma reinterpretação da canção de Will Oldham com o mesmo nome. E o resto é Lux eterna.

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