Sudoeste: 25 verões azuis

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Sudoeste: 25 verões azuis

 

Já nem seria verão sem o Sudoeste. O festival que pôs a costa alentejana no mapa,  para desgosto de surfistas e alguns locais, e ânimo das caixas registadoras dos comerciantes da Zambujeira do Mar, ou dos operadores turísticos de Milfontes a Sagres, volta à Herdade da Casa Branca de 9 a 13 de agosto. Sem pó, uma tradição dos primeiros anos de festival, desaparecida à medida que o relvado cresceu em altura e se alastrou pelo recinto.

 

O Sudoeste chega à 25 edição, com presente e memória. É um cartaz para os filhos daqueles que um dia foram os adolescentes-cobaia de uma indústria de festivais mais pequena, inexperiente e concentrada do que a actual. Na relação entre música relevante, descentralização e escape balnear, foi um acontecimento decisivo na história já adulta de festivais em Portugal. Ali se viveram noites históricas ao som de Blur, Marilyn Manson, Placebo, Portishead, Chemical Brothers, Oasis, Da Weasel, Morcheeba, Moloko, PJ Harvey, Jamiroquai, Franz Ferdinand, Humanos, Daft Punk, Buraka Som Sistema, Manu Chao, Kanye West, Snoop Dogg e Orelha Negra. Da primeira edição, os Xutos & Pontapés saltam para 2023 como embaixadores da memória viva.

 

Porém é de gostos adolescentes massificados e quantificados por métricas que se o faz o MEO Sudoeste. Um cartaz distinto de todos os outros por apostar no público que não só desce até à costa alentejana pela música como pelas experiências sociais – para muitos, a primeira longe dos pais, com início antes sequer de a aparelhagem soltar o primeiro grave.

 

9 de agosto, o primeiro dia, é encabeçado por David Guetta, um eterno regressado à Herdade. Antes, os fãs dos One Direction podem reencontrar-se com Niall Horan depois de já o terem feito com Harry Styles. Além destes, há Xutos & Pontapés, o fenómeno brasileiro Giulia Be e o trap de energia punk de Lon3r Johnny.

 

Na noite seguinte, os ritmos descentralizam-se. Há latinos (Bizarrap e Farruko, o homem de Pepas), brasileiros (Ludmilla e o produtor Dennis), e África representada através dos Kriol Kings. A 11 de agosto, o hip-hop é quem mais ordena com Metro Boomin’, Rae Sremmurd, o carioca L7nnon, Slow J e ainda os portugueses Karetus.

 

Nas despedidas, reina a electrónica maximalista: Hardwell, Steve Aoki e Blasterjaxx. Ivandro, Nenny e Soraia Ramos representam um novo Portugal pop com ligaçōes a África através de diferentes cordōes, sejam eles o rap, a pop, a soul ou a kizomba.

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