
As avenidas da liberdade do Cooljazz
Novo ano, o mesmo gosto pela diversidade abrigado por um chapéu de sol azulado chamado jazz. O Ageas Cooljazz hospeda-se em Cascais durante sete noites ao longo do mês de julho. Como habitual, os concertos serão no Hipódromo Manuel Possolo.
A primeira é já no dia 4 com o poeta grave da canção transcendente do tempo, Benjamin Clementine, herdeiro de uma grande tradição dramática, de Leonard Cohen a Charles Aznavour, mas antes do cantor inglês, uma outra história será reestruturada. O fado sai para a rua na voz e palavra de Rita Vian.
De Lionel Richie a Chaka Khan, o festival tem-se mantido fiel à convocação de um histórico da canção negra. Esse papel principal pertence a Seal no dia 12 de julho, data em que duas cantoras de jazz fazem faísca e chavascal. Margarida Campelo, na sua leitura pop elástica e aberta a outras linguagens como o funk sintetizado e a soul, e Beatriz Nunes, também ela com fortes ligaçōes à defesa intransigente da liberdade em todas as suas práticas formais e éticas.
Três dias depois, o jazz é uma festa de afro-beat com os Ezra Collective, banda de fusão entre a escola de Londres e geografias como as da Nigéria e do Gana, incrustadas nos fluxos artísticos mais estimulantes da capital inglesa. O colectivo venceu o Mercury Prizer em 2023 com o álbum Where I’m Meant To Be. Antes deles, a soul adocicada de Jordan Rakei, também ele parte de um grande rio, com nascente no jazz, da música do Reino Unido.
A lusofonia desagua nas duas noites seguintes. A 17 de julho, o novo Brasil dos Gilsons e do vencedor de três Grammy Latino, Jota.Pê, invade pacificamente Cascais. O quinteto da pianista Isabel Rato será o primeiro a entrar em cena. No dia 23, as chaves da casa estão nas mãos de Slow J, ainda com o ciclo de Afro Fado presente na memória. Silly e Bokor abrem a noite.
Apesar de conotados com a cena alternativa dos anos 90, os Tindersticks têm mais soul no cachimbo do que por vezes o fumo transparece. O eterno reencontro com a trupe de Stuart Staples acontece a 26 de julho com os Ganso na primeira parte.
E para o grande final, Masego mostra como se faz r&b lânguido à maneira sul-africana, com saxofones e falsetos. A cantora portuguesa Amaura, filha da escola dos anos 90, e a baixista-intérprete Razy completam a derradeira sessão..
Sete dias, sete noites encerradas com DJs: Mafalda Nunes (dia 4), Groove Armanda (12), Luís Oliveira (15), Rita Lig (17), Alexia (23), Rui Maia (26) e Peter Castro (31). Aos domingos, o palco das Cascais Lazy Sundays estreia um novo e mais amplo local, o Jardim da Parada, situado em frente à entrada do festival, no coração do Bairro dos Museus. A selecção musical estará nas mãos de Ana Moreira (6 julho), Catarina Moreira & Amigos (13 de julho), Leonor Caldeira e Manuel Cardoso (20 julho) e Diogo Beja (27 julho).
Bilhetes para todas as sessões Ageas Cooljazz aqui.
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